Na última semana, um veículo aéreo não tripulado (Drone) foi testado na cidade chinesa de Weinan na província montanhosa de Shaanxi. O drone denominado “AT200” foi desenvolvido pelo Institute de Engineering Thermophysics da Academia Chinesa de Ciências (Pequim) e o AVIC Xian Flight Automatic Control Research Institute. De acordo com os dois institutos o voo inaugural durou 26 minutos.
No geral o drone poderia decolar com um peso de decolagem de 3,4 toneladas e precisava de 200 metros de espaço para decolagem e pouso. Será capaz de voar até 2000 quilômetros. O drone poderia voar de Hong Kong a Pequim sem parar. Comparada aos drones de entrega de pactos individuais que a Amazon está testando, este da China é uma das aeronaves não tripuladas “mais poderosas” do mundo.
O cliente para o mega-drone é a transportadora “SF Express“, que é o segundo maior distribuidor no país após o Correios chinês. Inicialmente, o drone será utilizado principalmente para transferências e entregas de produtos específicos (alimentos, remédios) nas regiões mais remotas do país.
Porém a maior barreira para o uso real de drones na China é a questão da licença. A operação do grande AT200 neste momento é considerado “revolucionária” mas é apenas liberada para testes.
Além do drone aéreo, o SF Express também testou um drone anfíbio em julho, que pode transportar até 250 quilos de carga com uma velocidade de cruzeiro de 170 quilômetros. Tanto o hidroavião quanto o AT200 não possuem condições especiais de decolagem e desembarque e são adequados para trabalhar em ambientes sem tanta infraestrutura, especialmente em áreas não desenvolvidas e remotas.
No Brasil, a Anac definiu a regulamentação para uso para fins comerciais. Os drones são divididos em três categorias: classe 1, para equipamentos acima de 150 quilos; classe 2, entre 25 e 150 quilos; e o classe 3, que são equipamentos com até 25 quilos. As regras são específicas para cada grupo. Porém, limitações do regulamento como “o limite de operação de drones a uma distância de 30 metros de pessoas que não derem autorização”, esbarram na possibilidade do uso de drones para a entrega de mercadorias em grandes cidades, já que estes, não poderão sobrevoar pessoas que não tiverem dado autorização para isso.
Fonte: Anac.gov
Com isso, a possibilidade de soluções como estas serem desenvolvidas aqui, são menores por uma série de fatores como:
– A inexistência de grandes projetos voltados para o desenvolvimento de tecnologia para drones no Brasil, dificultando a criação e o pioneirismo de soluções avançadas no mercado nacional;
– As leis brasileiras direcionadas para este setor, serem mais rigorosas em comparação a China, o que dificulta a execução de testes para validação e ajustes da solução antes de lança-la para o mercado final, como está ocorrendo na China.
Ainda assim, temos que lembrar que o “AT200”, é uma a solução em fase de testes, que passará por um processo longo de validação antes de ser (ou não) comercializada. E até chegarmos ao momento em que uma solução como esta esteja aqui no Brasil, existe uma longa estrada pela frente.
Post originalmente traduzido de: China Daily