Anos atrás, pessoas interessadas em produtos não disponíveis no Brasil precisavam contar exclusivamente com a boa vontade e ajuda de algum amigo que fosse viajar. Com o fortalecimento do e-commerce, essa realidade mudou drasticamente, especialmente graças à expansão das operações Cross-border, que ampliam o comércio, literalmente, para além das fronteiras.
Para muitas marcas, o Cross-border é a oportunidade de internacionalizar o seu negócio. Ele consiste em vender artigos pela internet e oferecer entrega internacional. Com isso, empresas estão descobrindo um novo público, que vê nesse tipo de transação uma oportunidade de adquirir produtos únicos e até mesmo economizar ao comparar os preços com os praticados pelos concorrentes locais.
Paralelamente, esse fenômeno está movimentando mercados próximos a fronteiras, como na Europa e nos Estados Unidos, com o intuito de aumentar o volume de pedidos.
Por que as pessoas estão preferindo o Cross-border?
Não somente o e-commerce cresceu e se tornou um nicho mais robusto, mas seu consumidor também amadureceu seu processo de compra. Usuários exigentes encontram nos e-commerces internacionais uma maior disponibilidade e variedade de produtos.
Um exemplo comum disso é o setor de vestuário, no qual marcas internacionais ganham a preferência dos usuários por oferecerem um número maior de modelos, cores e tamanhos.
No mais, muitos estabelecem uma relação de admiração e confiança com marcas de fora do país, preferindo comprar diretamente delas. Além disso, grandes varejistas online apresentam preços altamente competitivos, que, aliados a uma oferta ampla de artigos, justificam pedidos em grande volume que acabam tendo um bom custo-benefício.
Os desafios para a expansão do mercado cross-border
A expansão de e-commerces por meio de operações Cross-border é vantajosa para marcas, mesmo sendo uma escolha desafiadora. Os principais obstáculos que se apresentam para gestores são, essencialmente:
Alinhar as prioridades do varejista com as demandas do consumidor
Para o consumidor moderno, quanto mais variedade, melhor. No entanto, vender produtos internacionalmente exige um alto nível de planejamento por parte da empresa. Por mais que as operações cross-border tenham um grande potencial, é preciso alinhar os objetivos da empresa a uma série de fatores para que a empreitada seja bem-sucedida.
O primeiro passo para aderir à tendência do cross-border é realizar um mapeamento, ou seja, entender que tipo de mercado o e-commerce está prestes a encarar. Examine o público do país em questão e busque saber se existe realmente demanda para o que você vende: seu produto é relevante? Ele está alinhado com a cultura e o comportamento do consumidor, despertando seu interesse? Estas são algumas questões que devem ser levadas em consideração antes da tomada de qualquer decisão definitiva.
Encarar novos mercados
Como falamos, conhecer a cultura local, o que e como as pessoas consomem é fundamental. Se possível, programe uma viagem para o destino e converse com outros empresários locais, para ter insights sobre vendas e produtos.
Se você descobrir que o cross–border é um bom negócio, uma forma de iniciar esse processo é por meio de marketplaces, grandes e-commerces que concentram vendedores multinacionais, como eBay e AliExpress.
Apesar das complexidades relacionadas à integração, apostar em marketplaces é uma boa ideia para ganhar visibilidade no mercado estrangeiro sem precisar investir muito mais dinheiro.
Valorizar a eficiência das entregas
Enviar encomendas para outros países envolve situações como autorizações e pedidos estacionados em galpões ou na alfândega, entre outros. As etapas são difíceis, e a empresa precisará estabelecer parcerias sólidas para garantir uma experiência de qualidade para o cliente de ponta a ponta.
Custos e prazos são os maiores desafios da logística cross-border, o que faz delas prioridade para os gestores. Para fazer entregas de forma direta — quando a empresa se responsabiliza inteiramente pelo processo de envio até o cliente —, contratar transportadoras que pratiquem preços acessíveis, respeitem prazos e realizem um trabalho de qualidade, garantindo a integridade do produto, é crucial para que tudo corra de forma fluida e reforce a confiabilidade para os consumidores.
Expandir estrategicamente, de olho nos mercados promissores
Conforme adiantamos no primeiro tópico, para que a expansão cross-border dê certo, ela precisa ser planejada, começando pelo mapeamento de oportunidades. O investimento deve ser feito de acordo com as demandas do consumidor e o potencial de cada mercado; então, os destinos escolhidos — bem como os custos da operação — devem ser avaliados minuciosamente.
Recomendações para expandir o seu e-commerce
E-commerces antenados nos possíveis retornos das operações cross-border têm muitas oportunidades de ganhos pelo caminho. Para fazer isso de forma consistente e estruturada, algumas boas práticas são:
Reforçar a imagem da marca
Se possível, procure parceiros locais que possam facilitar a integração da marca e suas operações ao mercado estrangeiro.
Garanta que parte de sua equipe esteja dedicada a entender as demandas e necessidades específicas de cada região, a fim de ajustar a divulgação, criação de novos produtos, comunicação etc.
Além disso, opte pela transparência em todas as ações na loja, deixando claras as estimativas de custo e prazos, para transmitir confiança e fidelizar clientes.
Focar a eficiência das entregas
O valor do frete e a longa espera são itens decisivos, que levam muitas pessoas a desistir de compras internacionais. Faça pesquisas continuamente e diversifique os parceiros de transporte, a fim de encontrar melhores preços e condições.
Conte com a tecnologia e ferramentas qualificadas capazes de calcular custos como impostos e transporte de forma precisa e confiável, facilitando as transações.
Priorizar a expansão em mercados com maior potencial
Ao não cuidar do alinhamento das operações, uma empresa pode perder boas oportunidades de negócio em certos mercados. Nesse sentido, a palavra-chave é foco. Crie uma estratégia para cada região e fortaleça laços com seus parceiros locais para tirar proveito de todo o seu potencial.
Desde o início, a própria natureza do e-commerce impõe a dissolução de barreiras: clientes podem realizar compras de qualquer ponto do país, quando quiserem. Logo, o cross-border se apresenta apenas como mais uma etapa desafiadora a ser vencida.
Nesse contexto, os marketplaces têm um papel central de viabilizar a expansão e oferecer uma plataforma que permita que muitas empresas comecem uma estratégia transfronteiriça. Assim, apesar dos detalhes e obstáculos, essa jornada promete ser muito benéfica e uma possibilidade de crescimento muito valiosa para sua loja virtual.
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