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Custos de gerenciamento de riscos (GRIS): O que é e como é feito este cálculo?

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GRIS

A definição do preço final do frete envolve diversas variáveis, relacionadas ao peso da carga, à distância percorrida, à incidência de pedágios no percurso escolhido, ao valor da nota fiscal, ao gerenciamento de riscos (GRIS), entre outras.

No artigo de hoje, falaremos especialmente sobre o GRIS, explicando o conceito, de que maneira a taxa é calculada, como se dá a composição desse custo e qual sua influência na tomada de decisão logística. Continue conosco e confira!

O que é o GRIS?

O GRIS é uma taxa cobrada no valor da nota fiscal, em forma de percentual. Ela existe com o objetivo de cobrir os custos ligados ao combate contra roubo de cargas durante o transporte.

A alíquota que incidirá no valor da NF-e depende de vários aspectos, que serão apresentados na sequência. Mas antes disso, vale ressaltar que normalmente são adotados dois caminhos para evitar que o roubo aconteça.

Investimento em tecnologia

Neste item, as empresas investem em tecnologia, seja pelo uso de rastreadores nos veículos, seja pela implantação de dispositivos de segurança que podem ajudar a inibir a ação (como alarmes e travas). Além disso, realizam monitoramento das rotas.

Inteligência de mercado

Aqui, entra a estratégia na hora de elaborar as rotas, evitando, sempre que possível, percursos nos quais a incidência de roubos seja alta.

Como o GRIS é calculado?

Diversos aspectos podem influenciar na definição da taxa de GRIS. Entretanto, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) estabeleceu um valor médio para iniciar os cálculos. Assim, o valor de referência é de 0,30% sobre o valor da NF-e, sendo que a cobrança deve ter um valor mínimo de R$ 3,00 por cada CT-e.

Para saber melhor qual percentual cobrar, é feita uma análise de risco determinando quais tipos de cargas estão mais sujeitas a roubo, furto ou sequestro de veículo e, com base na experiência das entregas, o percentual pode sofrer aumento ou decréscimo.

Entre as cargas mais visadas e com maior risco de furtos e de roubos, podemos citar medicamentos, eletrônicos e alimentos.

Quais variáveis compõem esse custo?

Os custos envolvidos no gerenciamento de riscos dependem das variáveis que vão determinar a alíquota a ser cobrada. Confira as principais nos tópicos a seguir!

Salários

Refere-se à remuneração de todos os profissionais que estejam envolvidos no monitoramento dos veículos (incluindo os encargos trabalhistas).

Investimentos

Para garantir o monitoramento dos veículos, é preciso investir em tecnologia, o que envolve sistemas de rastreamento, por exemplo. Nesse caso, deve-se considerar as taxas cobradas para habilitação dos equipamentos e pelos reparos que são realizados de tempos em tempos.

Custos operacionais

Existem diversos custos operacionais que podem integrar o valor do GRIS, entre os quais:

  • consulta ao cadastro dos motoristas;
  • escoltas;
  • pagamento de taxas do FISTEL;
  • mensalidades.

Em pequenas empresas, o custo com o GRIS é subestimado, visto que, muitas vezes, é a própria equipe do negócio que faz o gerenciamento. Em casos nos quais não existe um time exclusivo para essa atividade, fica praticamente impossível separar os custos das atividades. Assim, mesmo que os processos tomem tempo, ele não é contabilizado no preço repassado para o cliente.

Por que existe o “GRIS”?

O GRIS é um dos componentes do Ad Valorem, que é a taxa percentual cobrada sobre o valor da nota fiscal da mercadoria transportada. Além disso, a taxa cobrada pelo GRIS pode variar dependendo de alguns fatores, como:

Valor agregado da mercadoria

Quanto maior for o valor de uma carga, mais atrativa ela se torna para a ação de ladrões. Portanto, o GRIS não deve ser tratado apenas no valor total, em reais, na composição do frete, mas sim como uma taxa que possa realmente garantir a cobertura de todos os riscos na possibilidade de haver furto ou roubo.

Tipo de produto

As características das cargas também influenciam na ação de ladrões. Uma carga de produtos leves (como celulares) tem maior risco de ser roubada em comparação a uma carga de madeira, por exemplo.

Características de comercialização

A facilidade na comercialização das cargas roubadas também é outro fator que influencia a atratividade e, consequentemente, demanda um valor maior de GRIS para cobrir os custos.

No caso dos celulares, por exemplo, além de a carga ser leve e fácil de levar, ela ainda possui um grande apelo no mercado, fazendo com que os ladrões consigam vendê-la rapidamente.

Identificação da mercadoria

A possibilidade de as mercadorias serem identificadas também é relevante para a cobrança do GRIS. Se os produtos têm número de lote, de série ou qualquer outro recurso que ajude a identificá-los, considera-se que as chances de roubo sejam menores — diminuindo, assim, o valor da taxa cobrada.

Como o GRIS é usado no negócio?

O GRIS é usado para que as empresas (tanto o embarcador quanto a transportadora) tenham maior garantia de que as cargas serão transportadas em segurança ou que, caso haja qualquer ocorrência no caminho, o prejuízo possa ser evitado por ambas as partes.

No caso de transportadoras, essa taxa faz parte da composição do ad valorem (frete valor). Para os embarcadores, a taxa já vem embutida no valor do frete repassado pelos seus fornecedores de transporte.

Exemplo real de cálculo “GRIS”:

  • Valor total da mercadoria: R$1.500,00
  • Ad valorem: 0,3%
  • Cálculo: 1.500 X 0,3% = R$4,50

Mercadoria

Televisão

Valor da mercadoria – em nota fiscalR$ 1.500,00
Tarifa Ad Valorem (%)0,3%
Valor do GRIS (R$)R$4,50

Qual é o impacto dessa taxa no processo de decisão logística?

A contratação do seguro deve ser feita com base nas definições da apólice, que determina as condições, as medidas e o planejamento para realizar o transporte das cargas. Com todas as informações reunidas, cria-se um planejamento operacional que vai contemplar todas as etapas do transporte, desde a origem até o destino.

Isso quer dizer que questões como a rota escolhida, os dispositivos de segurança utilizados e as equipes responsáveis, por exemplo, são consideradas na hora de fechar a apólice de seguro.

Nesses casos, se um percurso apresenta índices consideráveis de furtos, de roubos e de assaltos, por exemplo, a empresa tem duas opções: alterar a rota ou pagar um valor mais caro no seguro.

Isso também envolve outras decisões para a transportadora, como o gasto com combustível, os prazos acordados com os clientes, entre outros, podendo alterar totalmente o planejamento inicial.

Dicas na negociação do “GRIS”

Devido à grande complexidade da gestão de uma tabela de frete, o mais recomendável é simplificar o processo.

Uma dica é realizar o acompanhamento interno do GRIS, não deixando a transportadora contratada realizar a gestão deste custo. Por exemplo, negociar diretamente com a transportadora a categoria da carga enviada para que esta, não seja adicionada a uma categoria com altos índices de roubo e furtos, aumentando assim, o GRIS cobrado no final da execução da entrega.

Se a sua empresa necessita ter uma visão clara e detalhada destas variações de tabelas de fretes, outra estratégia recomendada é a utilização de um sistema de inteligência logística (TMS embarcador), que concentra dados completos de diversas transportadoras em um só lugar, permitindo que você realize cálculos e comparações de fretes e identifique oportunidades de otimização de forma rápida e inteligente.

Como podemos ver, o GRIS é cobrado com o objetivo de cobrir todos os custos com medidas de segurança e de prevenção contra roubo de carga nas estradas. Nesse sentido, ele ajuda a transferir os riscos relacionados ao envio, e ambas as empresas, transportadora e embarcador, não arcam com o prejuízo causado por algum imprevisto relacionado a furto, roubo ou sequestro do veículo.

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