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Como funciona o Cross Border e como essa tendência pode impactar seu negócio

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A internet permite aos consumidores fazer compras globalmente, através da aquisição de produtos e serviços em outros países, impulsionado por uma língua comum ou não, com ofertas especiais, ou simplesmente porque o produto ou serviço não está disponível na própria região do consumidor.

A crescente popularidade dos tablets e smartphones permite que os consumidores em todo o mundo comparem preços e conectam-se com outros consumidores através das mídias sociais. O objetivo é discutir sobre os produtos e serviços, escolhendo assim, lojas de e-commerce sérias e transferir os pagamentos pelo meio eletrônico (facilitando a transação), em qualquer lugar e a qualquer hora.

O que é cross border?

Chamado de “comércio transfronteiriço”, essa tendência se refere às formas de entrega que ultrapassam fronteiras. Ou seja, quando os consumidores compram on-line produtos localizados em outros países e/ou jurisdições. No entanto, comércio on-line entre consumidores e comerciantes, que partilham uma língua comum e de fronteira ou que fazem uso da mesma moeda nem sempre são percebidos como cross border pelos consumidores.

A viabilidade do cross border depende da coordenação e cooperação de várias partes – sejam elas empresas, transportadoras, sistemas, órgãos governamentais, etc. Claro, essa multitude de agentes, com diferentes níveis diferente de compreensão, motivação e senso de urgência, torna este tipo de operação mais complexa.

No entanto, é possível se preparar minimizar os problemas do cross border e fazer dessa tendência uma oportunidade para seu negócio. A maioria dos obstáculos podem ser divididos nas seguintes grandes categorias:

  • questões regulatórias;
  • métodos de pagamento e processamento de pagamentos;
  • logística e logística reversa;
  • prontidão organizacional.

Inconsistência de legislação

No mínimo, o negócio exige coerência na regulação. Mesmo em países desenvolvidos, como os EUA, há um debate sobre a aplicabilidade dos impostos dos países e, mais especificamente, as diferenças entre regiões dentro das próprias nações de onde a compra é solicitada. Logo, você pode imaginar a inconsistência das normas legais e fiscais nos países menos desenvolvidos.

Limitações legais à venda

Cada país tem seu conjunto de regras sobre o que pode ser vendido a quem. A maioria dos países considera as operações realizadas por menores como ilegais, mas a idade adulta legal varia conforme o país. Da mesma forma, várias categorias de produtos — alimentos, álcool, armas e antiguidades, entre outros — têm necessidades específicas. Mesmo como um negócio de comércio eletrônico, você pode ser responsabilizado por não cumprir esses requisitos.

Por exemplo, um país de um cliente pode decretar que todos os alimentos embalados devem ter os ingredientes, valores nutricionais, data de fabricação e prazo de validade impresso no rótulo. Se você está enviando mercadorias de um país que não cumpre estas regras, você violaria as leis locais do país do cliente.

Clareza e força de marcos legais

Não é apenas sobre conhecer leis locais, é também sobre recorrer aos tribunais e às autoridades competentes quando surge a necessidade. Vários países ao redor do mundo têm um quadro jurídico bastante fraco.

Mesmo onde a estrutura é sólida, muitas vezes há um enorme problema com atrasos no processo judicial. Assim, quando um empresário de comércio eletrônico vende para outro país, será obrigado a viver de acordo com os regulamentos daquele país, para todos os efeitos práticos, pode não ser capaz de defender os seus direitos legais lá.

Formas de pagamento e processamento

Um sistema de processamento de pagamento robusto é absolutamente necessário para o comércio eletrônico. Mecanismos de pagamentos variam em todo o mundo, por isso, é necessário pesquisar o seu mercado potencial antes de fazer suposições sobre o seu sistema de pagamento.

No Japão, por exemplo, é oferecido o Konbini, um método de pagamento local, que é responsável por um sexto dos pagamentos vindos de comércio eletrônico. Enquanto perto de 100% de pagamentos de comércio eletrônico na Espanha são pela Visa, MasterCard e American Express, na França, é cerca de 60%, e na Alemanha é de apenas 30%.

Curiosamente, a Alemanha tem um ecossistema de comércio eletrônico bem desenvolvido sem um elevado grau de penetração do cartão de crédito. Índia e outros países asiáticos mostraram uma forte preferência por dinheiro na entrega.

Você terá que aceitar o pagamento no método que o cliente preferir. Diferente de cartões de crédito, não há outra forma de pagamento verdadeiramente global.

Logística e logística reversa

A menos que você esteja vendendo exclusivamente downloads digitais, você terá que desenvolver um processo de logística forte. Uma logística eficaz tem repetidamente provado ser uma forte vantagem competitiva para o comércio on-line, bem como off-line, para os varejistas. Os custos associados com a logística cross border podem ser o ponto de inflexão para o seu negócio de comércio eletrônico.

Mas não é apenas sobre os custos. É também sobre a confiabilidade e previsibilidade. Muitas empresas de comércio eletrônico trabalham na premissa de que o seu papel termina quando elas podem provar que entregou as mercadorias para o provedor de logística. Mas isso não é como o cliente pensa. Os clientes acreditam que você é responsável por assegurar que o produto irá alcançá-los.

E se a sua logística de entrega é complexa, imagine a  logística reversa. Levando em conta os custos, direitos aduaneiros, e documentação, muitos empresários de comércio eletrônico podem não ser capazes de fornecer logística reversa em situações de cross border. A dificuldade no processo pode ser tão grande que vemos empresas surgindo para comprar os produtos devolvidos e revendê-los por descontos localmente, assim evitando o frete. Os consumidores originais ganham por terem seu dinheiro ressarcido ou um novo produto enviado mais rapidamente!

Prontidão organizacional

Qualquer discussão sobre as restrições ao comércio eletrônico internacional será incompleta se não se concentrar na própria disponibilidade da empresa para vender no exterior. Desde uma valorização de gostos locais a sensibilidade para os fatores culturais, você deve desenvolver uma compreensão profunda de todos os mercados que você pretende cruzar fronteira.

Apesar da lista de desafios mencionados neste artigo, o comércio eletrônico de cross border apresenta um enorme potencial de negócios para economias em crescimento no mundo todo. Uma abordagem criteriosa irá ajudá-lo a colher os frutos do comércio eletrônico de cross border.

Produtos mais vendidos no cross border

É um fato conhecido que os bens físicos representam uma maior porcentagem do volume geral de e-commerce do que os bens não físicos, como arquivos de música, bilhetes de avião e software. Isso vale também para a cooperação cross border do e-commerce. Os segmentos que mais vendem são:

  • roupas, sapatos e acessórios;
  • saúde e produtos de beleza pessoal;
  • hardware de computador;
  • joias, pedras preciosas e relógios.

Já deu para perceber que essa tendência só aumentará com o passar dos anos, visto que a maioria dos consumidores realiza compra on-line diariamente. Você já faz parte desse comércio eletrônico cross border? Aliás, se você tem um e-commerce e está em dúvida se deve ou não investir em frota própria, leia o nosso post Quando o e-commerce deve investir em frota própria!

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