Saiba tudo o que aconteceu no Intelipost Connection 2020, o principal evento sobre tecnologia e inovação em logística de e-commerce.
Nesta semana aconteceu o Intelipost Connection 2020, único evento no Brasil sobre experiência de entrega e logística de e-commerce. O evento, oferecido pela Intelipost, contou com +de 800 participantes durante as 3 horas de apresentações online.
Confira a seguir os destaques do evento:
Stefan Rehm, CEO da Intelipost, iniciou reforçando a importância do evento para o mercado, e relembrou a primeira edição do Intelipost Connection.
Em seguida, Stefan fez um agradecimento aos transportadores “verdadeiros heróis desse momento no Brasil, obrigada em nome da Intelipost”, e apresentou o novo relatório exclusivo produzido pelo time de Inteligência da Intelipost sobre os impactos da pandemia do novo coronavírus na logística do e-commerce.
Segundo o levantamento, que faz uma comparação entre o tráfego de dados na plataforma entre os dias 26 de fevereiro e 10 de maio de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, os setores que apresentaram crescimento no período foram Casa e Decoração (250%), Construção e Ferramentas (143%), Artigos de Bebê (126%), Eletrônicos (113%), Materiais de Escritório (107%) e Saúde e Beleza (102%).
Para o CEO, “Estamos vivendo uma transformação na forma como as pessoas vivem, se comportam e compram. E o e-commerce tem sido fundamental para manter a economia rodando”.
Porém, o e-commerce, ainda hoje, representa uma parcela desse mercado. Já vemos os reflexos desse momento delicado, com impactos nas transferências das cargas e na economia do varejo brasileiro, dada a massiva queda no volume de vendas.
Pelo o que tem sido visto, há quatro pontos de impactos mais expressivos. São eles:
Entregas
Em relação ao número de pedidos e as novas rotinas de comportamento, houve um aumento expressivo no volume de entregas, com uma curiosidade: os pedidos estão mais leves (-16%). O estudo apresenta também uma análise regional que aponta os estados que tiveram maior aumento nas compras online durante a quarentena. São eles: São Paulo, com aumento de 64%, seguido pelo Amapá com 53% e Rio de Janeiro e Sergipe, ambos com aumento de 52%. E ao que tudo indica, as entregas sem contato serão uma tendência global permanente.
Cotação de frete
A imprevisibilidade do consumidor aumentou, com aumento expressivo de 25% da intenção de compra, que é quando o consumidor vai até a página de checkout, faz a cotação do frete, mas não finaliza a compra.
Tipos de frete
Sobre a escolha pelo tipo de frete, houve uma redução, já esperada, nas modalidades de Retirada em loja (-38%) e crescimento de 58% na escolha por modalidades expressas (D+1 ou D+2).
Prazo de entregas
Em relação ao tempo médio de entrega, considerando desde o momento do despacho até a entrega ao cliente final, houve um aumento no prazo no período entre fevereiro e abril, seguido de uma redução no mês de maio. Com menos gente nas ruas e menor índice de trânsito, um pedido está levando, em média, 6,33 dias para ser entregue. Uma leve redução, comparado com o ano de 2019, quando o número para o mesmo período foi de 6,88.
Em relação a possibilidade de lockdown, a expectativa é de aumento nos prazos por conta das restrições de locomoção.
Logística as a service
Em um painel com o COO e cofundador da Intelipost, Gabriel Drummond e Fabien Mendez, CEO da Loggi, a discussão girou em torno da grande aposta para a digitalização do mercado, as logtechs, que são empresas que “nascem com a tecnologia como espinha dorsal”, e seu potencial transformativo por meio da oferta de soluções logísticas sob demanda, ajudando os pequenos e médios varejistas a ter as ferramentas necessárias para uma entrega de qualidade, o que será essencial para manter a sustentabilidade do mercado.
Para Fabien, o grande objetivo da logística é conectar todo mundo. Segundo o CEO, Se você dá a possibilidade, por meio de ferramentas logísticas de qualidade, de equipar as empresas para competir com os grandes players, você está ajudando a desenvolver a agilidade no pequeno e médio negócio, e a possibilidade de maior personalização, o que melhora a relação das empresas com seus consumidores.
Para quem deseja sobreviver no mercado, os especialistas recomendam “focar naquilo que se faz bem”, e alavancar a força de outras empresas que podem ajudá-lo a se posicionar, desde a mão de obra até o marketing. Terceirização do fulfillment e a gestão de armazém, por exemplo, são boas estratégias para potencializar o negócio.
Num geral, boa parte dos varejistas encontram-se nas áreas centrais de São Paulo e rio de Janeiro. Já no interior, a qualidade da logística é muito menor.
Para os varejistas que vendem bens de consumo ou outro tipo de serviço, é possível sonhar com uma abrangência nacional com o auxílio de uma boa logística, pois existe demanda. Com os marketplaces e tecnologia inteligente para logística, subitamente você passar de hiper local para nacional, graças à digitalização. A tecnologia impulsiona as vendas e melhora a experiência dos consumidores.
De acordo com os especialistas, “a tecnologia é tudo. No começo é um pouco sofrido e difícil, com as dificuldades de integração, mas conforme você aprende e a tecnologia amadurece, você consegue colher os frutos exponenciais. Se vc opta pelo analógico, no começo você terá mais velocidade, mas depois isso acaba estagnado.”
A sobrevivência das pequenas transportadoras
Outro ponto de discussão, ressaltou o poder que as transportadoras menores possuem, o alto grau de conhecimento localizado, o que pode ser de grande ajuda, acompanhado da oferta de modalidades de entregas como os Pontos de Retirada e Lockers inteligentes.
Alguns países, como Polônia, Japão, Bélgica e França já têm uma cultura forte, e é bem provável que isso chegue ao Brasil e ajude a resolver um dos principais problemas na logística brasileira: os índices de insucessos, além de baratear os custos da última milha com a centralização das entregas em um mesmo local.
Alternativas de entregas
Sobre o que esperar da evolução das modalidades de entrega na logística urbana e as oportunidades para digitalização dos negócios offline, Marcelo Guarnieri, CEO da Kangu e Marcio Artiaga, CEO da Clique e Retire comentam sobre a evolução dos Lockers, “algo que há de mais antigo na logística e se mantém até hoje”, afirma Márcio Artiaga, que considera os Lockers como “caixas postais repaginadas”.
Os profissionais também ressaltam que a modalidade é bem mais avançada na Europa pois é utilizada há pelo menos 20 anos no continente.
Estima-se que seja necessário 1 locker para cada 4 mil habitantes. Seguindo essa lógica, São Paulo precisaria de uma rede com pelo menos 3 mil Lockers. Porém, para os profissionais está claro que a modalidade tem tudo para se tornar uma tendência global na logística.
Para o CEO da Kangu, “a capilaridade é um caminho que estamos percorrendo agora. A aderência ao serviço de retirada em loja está cada vez mais forte no Brasil. É um momento de forte escalada e antecipação para termos uma grande malha de lockers e PUDOs no Brasil”.
O que também deve acontecer para que a estratégia dê certo, o investimento em integrações rápidas e de qualidade entre os embarcadores e os operadores logísticos, que acarreta em crescimento exponencial da rede e maior adesão por parte dos consumidores, resultando em melhorias no NPS.
A longo prazo, o surgimento de oportunidades de proximidade e relacionamento com o consumidor final, pois o desenvolvimento de malhas locais potencializam toda a malha logística e se mostram como uma excelente solução para os grandes centros urbanos e áreas de difícil circulação. Além disso, há uma oportunidade de otimizações nos processos de reversa e postagem.
Reversa
A Kangu atualmente conta com +750 pontos de coleta somente na capital de São Paulo, e agrega em flexibilidade e autonomia na experiência de compra, ao integrar-se ao dia a dia das pessoas e gerando maior conveniência.
Para Marcelo Guarnieri e Marcio Artiga, as redes da Clique e Retire e a da Kangu são complementares, pois somente com a capilaridade da rede que a modalidade poderá ser popularizada e fazer parte da cultura do comportamento de compra.
Entre as tecnologias relevantes para ficar de olho nos próximos anos, destacam-se a hiperautomação e robotic proccess automation, tecnologias de cybersecurity também devem ganhar maior atenção, como sistemas de segurança nos lockers, reconhecimento facial, chatbots e as integrações com as plataformas de ecommerce. A tecnologia está no centro do negócio.
Impactos na experiência de compra
Marcel Alonso, da Ifood e Aurélio de Pádua, da Foxtrot comentaram um pouco as diferenças da inteligência de mercado no cenário analógico e no ecommerce, e sobre como os aspectos logísticos estão se unindo aos aspectos comportamentais do consumidor (locais de entregas, fluxo da cadeia no last mile).
Um dos desafios na experiência de compra, a confiabilidade na entrega, tem recebido mais atenção no contexto de pandemia. No que diz respeito a roubos de cargas, a solução de lockers mais uma vez surge na discussão como uma ferramenta que pode trazer maior segurança aos entregadores. Será preciso estabelecer uma “jornada de facilitação do processo de compra”, e a conclusão: “a humanização da compra irá facilitar e melhorar a penetração do ecommerce”.
A tecnologia está transformando a nossa relação com as entregas?
O último painel do dia contou com a participação de Eduardo Peixoto, da transportadora Total Express e Leonardo Pelloso,
do Grupo GPA, e a conversa, que girou em torno da grande relevância e ascensão do omnichannel, levantou a problemática do ship from store.
A modalidade é um desafio para as lojas físicas, pois não há infraestrutura e conhecimento técnico para operar como centros de distribuição, nem a capacitação para executar pickings e outras atividades logísticas.
Por outro lado, a tecnologia otimiza as rotas de entregas, pois massifica o transporte.
O desafio dos grandes volumes
A entrega expressa pode ser eficiente na realização de entregas de pequenos volumes, mas ainda enfrenta uma grande dificuldade para realizar entregas de grandes volumes, especialmente em grandes centros urbanos, onde essa missão fica quase impossível.
Os profissionais acreditam que “viabilizar e orientar o cliente a utilizar a tecnologia da forma correta” é o melhor caminho.
Segundo Eduardo peixoto, alguns varejistas já estão obtendo +50% de faturamento com o ship from store. Para o Diretor Comercial, deve-se “catalogar a solução certa para o canal certo” para adquirir rentabilidade nos negócios.
Existe um desafio em infraestrutura e pouca variabilidade de veículos para entrega expressa de grandes volumes e uma necessidade de evolução da malha de entregas para todo o Brasil, a partir dessas lojas.
Groundshipping e Crowdsourcing… Vai pegar?
Construir uma rede flexível é o grande desafio para quem trabalha no mercado de ecommerce, e não existe fórmula mágica. O groundshipping tem uma necessidade de padronização do serviço e lealdade para manter a qualidade no atendimento. Fidelização entre parceiros é essencial.
O crowdsourcing pode ser utilizado como algo complementar à base consolidada.
É possível que um modelo híbrido, entre uma base fidelizada e confiável, somado ao modelo colaborativo de crowdsourcing, baseado em uma oferta e demanda muito aberta, ganhe força a longo prazo. O fortalecimento das redes locais pode se tornar um diferencial competitivo relevante entre as transportadoras.
Pós-covid é o novo normal
Leonardo Pelloso, do Grupo GPA elucida o problema que poderemos enfrentar na Black Friday em 2020.
Dependendo das medidas de segurança que serão tomadas até a data, será preciso um trabalho de educação, informatização e conscientização de consumo. Segundo ele, a ativação no comércio alimentar, por exemplo, foi reduzida, pois há uma responsabilidade e uma questão ética para colaborar na redução das aglomerações.
Para Leonardo, a “Black friday deverá ser repaginada, pois atrai muitas pessoas, e essa dinâmica não faz mais sentido hoje. Então, como fazemos com uma data que existe há mais de dez anos, e já se consolidou no Brasil?”
De fato, uma enorme responsabilidade para as empresas, tendo em vista que uma crise para o segundo semestre já é esperada, e “não tem como ser imune a isso”.
“o cenário é de crise econômica e redução de demanda mesmo para produtos essenciais” completa. Seria possível que “a Black Friday este ano aconteça somente online”?, questiona Stefan.
Parece ser de comum acordo para os profissionais do varejo e da logística de que não há um cenário “pós-covid”, mas sim um “novo normal”. O que já veio para ficar, uma logística sem papel e baseada em tecnologias inteligentes, a aceleração de projetos omnichannel e um aumento da representatividade do e-commerce no varejo.
A intelipost celebra poder construir o futuro da logística ao lado de grandes profissionais. Caso você tenha perdido a transmissão ao vivo do Intelipost Connection 2020, você pode assistir na íntegra acessando este link.
Para ter acesso ao relatório completo sobre os impactos da covid-19 na logística do e-commerce, solicite o envio neste formulário e encaminhamos o material para você!