Encontrar produtos com uma etiqueta de país de origem com os dizeres “made in China” ou “feito na China” é muito comum. Isso porque a China ocupa o cargo de maior fornecedora global há mais de quatro décadas. Mas esse cenário tende a mudar com os avanços do reshoring e nearshoring.
Esses dois termos representam uma mudança global na fabricação de produtos, na qual vários fatores estão levando empresas globais a trazer suas fábricas cada vez mais próximas dos seus principais mercados consumidores. Mas o que isso significa? Continue a leitura para entender porque as empresas americanas estão voltando para casa.
O que são reshoring e nearshoring?
Para entender estes conceitos, vamos relembrar um termo que foi muito usado nos anos dourados da globalização: offshoring. O termo remete à movimentação das empresas ao levar suas fábricas para países com mão de obra mais barata, principalmente a China.
Logo, reshoring é uma estratégia de negócios em que uma empresa transfere as fábricas e operações de produção para seu país de origem, permitindo uma redução considerável nos custos de transporte e maior eficiência logística. Ou seja, o contrário de offshoring.
E por fim o nearshoring, que é o conceito de encurtar as cadeias de produção. Isso é: optar por fabricantes em países mais próximos para abastecer o mercado, como Estados Unidos e México, por exemplo, reduzindo os possíveis gargalos logísticos e os custos.
Por que a China?
A abertura econômica da China aconteceu em 1978 e, aos poucos, a economia chinesa, que era majoritariamente agrária, criou seu potencial industrial. No início dos anos 2000, o país já exportava produtos manufaturados para a Europa e Estados Unidos. Nesse período, muitas empresas nasceram no país e apostaram em tecnologia e internet, ganhando relevância mundial até atualmente, como o Alibaba Group.
Um dos principais motivos da China concentrar um número tão grande de fábricas de outros países é a mão de obra barata disponível, além de apresentar incentivos governamentais para atrair investidores estrangeiros, com políticas fiscais e regulatórias convenientes.
Esse assunto não é de hoje
Ao pesquisar na internet sobre o reshoring, é possível encontrar matérias de 2014 ou até antes que falam sobre o retorno das fábricas para seus países. Mas este assunto voltou a ser discutido atualmente devido a uma série de fatores.
Dentre eles estão os impactos da pandemia de COVID-19 na cadeia de suprimentos global, que ainda acarretam prejuízos financeiros para as empresas. Por se tratar de um processo complexo, cheio de etapas como fabricação, transporte, armazenamento e consumidores, e com as longas distâncias das fábricas em outros países ou até continentes, como no caso da Ásia, qualquer imprevisto pode dificultar a logística e até riscos de interrupções na cadeia de suprimentos.
Além disso, o aumento dos custos de mão de obra na China, mudanças nas políticas comerciais e tarifas, preocupações com sustentabilidade, meio ambiente e direitos dos trabalhadores também são pautas levantadas por empresas que estão reavaliando suas estratégias de produção e buscando alternativas mais seguras a longo prazo, como a proximidade com seu público-alvo.
Mesmo assim, algumas empresas buscam países asiáticos para investimentos, como, por exemplo, a Tailândia, que é a segunda maior economia do sudeste asiático e atrai empresas de segmentos como eletrônicos, veículos e autopeças.
Outros países são Malásia, Vietnã, Bangladesh, e Índia, esse último sendo considerado a principal alternativa para as marcas que querem deixar a China.
E então, você já conhecia os conceitos reshoring e nearshoring?
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