Apesar de ser parte fundamental dentro da oferta de qualquer empresa que trabalha com entregas, a logística é motivo de muita dor de cabeça para clientes e comerciantes. Questões como altos custos de frete e prazos muito extensos levam a milhares de desistências na hora das compras online. Fora isso, a má performance das transportadoras é responsável por inúmeras reclamações para o SAC da loja ou mesmo em sites como o Reclame Aqui, fatores que podem manchar o nome da loja e inibir as vendas.
Insatisfeitos com esta situação e visando oferecer um serviço melhor, muitos lojistas buscam pelas mais diversas soluções para a questão. Afinal, em um mercado com tanta concorrência e que não para de crescer, tais erros podem até mesmo ser fatais para a sobrevivência de uma loja.
Dentre as mais diversas soluções que passam pela cabeça desses comerciantes, inevitavelmente algumas sempre aparecem, como troca de transportadora, mix de transportadoras, contratação de ferramentas logísticas para auxílio no cálculo de frete e rastreamento de mercadorias e até mesmo iniciar uma frota própria. E errar nesta hora não é uma opção viável. Por isso, queremos mostrar por meio deste artigo porque dificilmente esta é uma medida aplicável e em quais casos poderia ser uma hipótese a ser considerada.
Uma aposta perigosa
Existem basicamente quatro fatores principais que tornam a medida de ter uma frota própria praticamente inviável, são elas:
Sendo a logística um negócio de margens baixas e eficiência adquirida apenas com grande escala, uma frota voltada para volumes pequenos tende a não ser competitiva. E neste caso, volumes pequenos para uma transportadora podem ser gigantescos se comparados a volumes pequenos para lojas virtuais.
Uma frota própria requer grandes montantes investidos, apesar de normalmente um e-commerce típico já travar uma batalha diária para crescer com as pequenas margens de lucro que obtém. Margens essas necessárias para se manter competitivo. Desta forma, o capital empregado na frota afetaria o investimento em outras áreas vitais, como o marketing, por exemplo.
Um outro fator fator relevante para a não contratação de frota própia seria a concentração de riscos do lado do comércio. Problemas com veículos poderiam comprometer gravemente os prazos e, consequentemente, a satisfação do cliente. Ou pior, um possível roubo de carga seria capaz de até mesmo causar danos irreparáveis.
Um último fator a se destacar é a mudança de foco e atenção demandados por um departamento de logística. Isso porque o setor transportes é um negócio completamente diferente, e que requer competências também diferentes. Mesmo que a dor de cabeça com transportadoras fosse solucionada, o e-commerce precisaria se preocupar com a contratação de motoristas e ajudantes, métodos de comunicação, manutenção de veículos, multas, e muitos outros fatores ainda piores.
Por todos esses motivos, acreditamos que investir em frota própria não deve ser a primeira alternativa a ser considerada para melhora da logística. Outras opções se mostram muito mais eficientes e baratas. Um exemplo são os softwares logísticos como a Intelipost, que possuem inteligência para gerir e optimizar a gestão de frete, fazem rastreamento das mercadorias e auditoria de frete com as transportadoras.
Ainda assim, existem casos em que o investimento em frota própria pode trazer um retorno positivo para a loja. Inclusive existem várias lojas, grandes expoentes do seu ramo, que trabalham dessa forma. Como exemplos destes casos, podemos citar:
- Lojas com escala suficiente para atender regiões bem definidas com frota própria, a custo e nível de serviço competitivo (ex: Dafiti);
- Lojas com produtos pesados ou que requerem cuidados especiais, onde preços cobrados pelas transportadoras não refletem custos operacionais (ex: Gaveteiro);
- Lojas com pedidos muito concentrados em uma região limitada (ex: Printi);
- Lojas cuja estratégia de diferenciação esteja na entrega e cujos clientes estão dispostos a arcar com custos adicionais, como floriculturas ou supermercados com portfólio de produtos premium.
Desta forma, acreditamos que o investimento em frota própria só se justifique com uma análise de retorno de investimento criteriosa, e que, mesmo assim, deve ser revisada com o passar do tempo.